segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Universidade, Globalização e a Ecologia dos Saberes

A ecologia dos saberes é por assim dizer, uma forma de extensão ao contrário, de fora da universidade para dentro da universidade. Consiste na promoção de diálogos entre o saber científico ou humanístico que a universidade produz e saberes leigos,populares, tradicionais, urbanos, camponeses, provindos de culturas não ocidentais que circulam na sociedade".  O objetivo da ecologia dos saberes é obrigar o conhecimento científico a se confrontar com outros conhecimentos para assim, rebalançar aquilo que foi desequilibrado na primeira modernidade, a relação entre ciência e prática social. dessa maneira, a universidade poderia se transformar em uma pluriversidade na qual a hierarquia do conhecimento disciplinar seria obrigada a dialogar com diversas formas de conhecimento que foram deixadas de lado na modernidade tardia. Desse modo, a universidade, assim como outras instituições do sul poderiam poderiam estar contribuindo para a constituição de um conhecimento e de uma institucionalidade contra-hegemônica capaz de limitar o uso que o neo-liberalismo quer fazer do conhecimento científico.


Retirado do Caderno Pensar - Estado de Minas - 09/04/05 
Leonardo Avritzer

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

União e Estado apóiam pescadores e marisqueiras

Ao todo, 57 mil profissionais do setor serão contemplados com ações previstas em acordos assinados ontem

A expectativa de dobrar o lucro que obtém com o seu trabalho deixou feliz a presidente da Associação dos Pescadores e Marisqueiras de Bom Jesus dos Pobres, no município de Saubara, Laudelina Ferreira. Ela foi a primeira a receber, ontem, um dos 15 kits com equipamentos para a comercialização de peixe, distribuídos para associações de pescadores e piscicultores de 12 cidades. "Com o kit, nossos 247 associados vão evitar os atravessadores e conseguir um preço melhor", disse.
Ela comemorou também os dois acordos de cooperação técnica firmados ontem em Salvador que vão beneficiar 57 mil pescadores e marisqueiras baianos com ações nas áreas de saúde, educação e capacitação para a pesca artesanal. Os documentos foram assinados pelo ministro da Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin, e pelo governador Jaques Wagner, em solenidade no Centro Náutico da Bahia.
"Nosso maior problema é a falta de alguém para dar informações às gestantes, aos adolescentes. Tem muita coisa que precisamos saber", declarou Laudelina. Segundo ela, a comunidade sofre também pela carência de médicos especialistas, principalmente ginecologistas. "Quando precisamos nos consultar, perdemos tempo e dinheiro viajando para Santo Amaro", reclamou. Para ela, os acordos firmados ontem são uma esperança para mudar essa situação.
Gregolin destacou que com esses acordos os governos federal e estadual tornam-se parceiros em investimentos conjuntos na estruturação das comunidades pesqueiras. "Isso vai se refletir no fornecimento de assistência técnica, na política de alfabetização e na construção de trapiches e terminais de desembarque, que são outra grande carência da Bahia", explicou.
O ministro lembrou que o estado é o terceiro maior produtor nacional de pescado, com 70 mil toneladas/ano, e o segundo maior em número de pescadores. "Então, é uma região onde a pesca é importante social e economicamente", afirmou. Ele disse que, no ano passado, o governo federal aplicou R$ 29 milhões em seguro-defeso na Bahia, beneficiando 30 mil pescadores, além de ter feito investimentos em uma estação de piscicultura para repovoamento do Rio São Francisco, em telecentros, fábricas de gelo, entre outros.
Os 15 kits distribuídos ontem fazem parte do projeto Feira do Peixe, mantido pela Secretaria Especial da Aqüicultura e Pesca (Seap) em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). São compostos por estruturas desmontáveis, contendo tenda de lona, caixas isotérmicas, balcões e outros equipamentos necessários à venda do pescado ao consumidor.
A medida estimula a produção e promove a inclusão social, possibilitando o consumo de um produto mais fresco e mais barato para o público. Segundo a Seap, o consumo do pescado no Brasil é inferior ao mínimo aconselhável pela Organização Mundial de Saúde (OMS).Potencial. Wagner destacou o potencial pesqueiro da Bahia, estado que possui a maior costa do Brasil, além de lagos e rios. "A presença do ministro Gregolin, junto com a Bahia Pesca e com o secretário da Agricultura, Geraldo Simões, simboliza o início de uma parceria para o fortalecimento da atividade pesqueira, seja na captura ou no criatório. O resultado será um aumento da oferta de alimento e de trabalho, emprego e renda para a população baiana", garantiu.
O governador afirmou que a assinatura dos convênios começa a beneficiar as comunidades pesqueiras imediatamente, como a entrega dos kits de comercialização de pescados. Outro exemplo, disse, é o programa que vai se somar ao Todos pela Alfabetização (Topa). "Foram alfabetizados 7 mil pescadores em três anos e até o final desta gestão vamos ver se conseguimos chegar à marca de 20 mil", revelou. Ele informou ainda que serão desenvolvidas iniciativas na área de profissionalização, envolvendo cursos técnicos para a pesca e a piscicultura.
Um dos acordos firmados prevê as seguintes ações: apoio ao Registro Geral da Pesca; elaboração, implementação e acompanhamento de projetos da cessão de águas públicas da União e de domínio estadual; educação e capacitação de pescadores, aqüicultores e familiares; implantação do Programa de Organização Social; elaboração de programas e ações nas áreas de atenção à saúde e vigilância e saúde ocupacional; instalação e manutenção de escritórios descentralizados da Seap, e outras iniciativas correlatas e complementares referentes a capacitação, assistência técnica e inserção dos beneficiários em programas sociais.
As ações serão realizadas em parceria entre a Bahia Pesca, Seap, secretarias da Saúde (Sesab) e de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), Centro de Recursos Ambientais (CRA) e Superintendência de Recursos Hídricos (SRH).
Outro convênio assegura a elaboração e execução de um programa de desenvolvimento da atividade pesqueira artesanal sustentável no Baixo Sul baiano, contemplando os municípios de Camamu, Ibirapitanga, Igrapiúna, Ituberá, Maraú, Nilo Peçanha, Piraí do Norte, Presidente Tancredo Neves, Taperoá e Valença. Desse convênio participam, além da Bahia Pesca e da Seap, a Associação dos Municípios do Baixo Sul (Amubs) e o Conselho do Gás e Petróleo do Litoral da Bahia.
Maré vermelha

Sobre o problema da maré vermelha, que impossibilitou a pesca na Baía de Todos os Santos durante dois meses, o governador disse que foram levantadas todas as hipóteses e o laudo dos especialistas apontou causas naturais para o fenômeno. "Para que isso não volte a ocorrer, a primeira medida já está sendo tomada com o apoio do governo federal, que é estancar o lançamento da matéria orgânica que contamina a região, fruto da inexistência de saneamento", afirmou.
Segundo ele, está sendo discutido, via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um programa de esgotamento para localidades situadas no entorno da Baía de Todos os Santos.
Para amenizar os efeitos do fenômeno da maré vermelha, Gregolin declarou que o governo federal garantiu os recursos para o seguro-defeso, liberados pelo Ministério do Trabalho. "Muitos pescadores já receberam, outros se atrasaram devido à demora na entrada da documentação", observou.

Ele lembrou ainda que, passados os 60 dias de proibição, a atividade da pesca já está sendo liberada na região. "A questão das algas é um fenômeno que está acontecendo em outras regiões do Brasil e do mundo, especialmente por causa do aquecimento das águas", disse.

A importância dos manguezais para a fauna e flora que vivem nesse hábitat

O manguezal é uma floresta tropical costeira, de transição entre os ambientes marinhos e terrestres, característicos de regiões tropicais e subtropicais e sujeito ao regime das marés . Considerado um dos ecossistemas costeiros mais produtivos, possui grande importância na ecologia, pois, participa da estabilização das linhas costeiras; retenção dos sedimentos; fornecimento de habitats para organismos marinhos, estuarinos e terrestres, incluindo artrópodes, peixes, moluscos, répteis, aves, mamíferos; produção de matéria orgânica e exportação de biomassa, que serve de fonte de alimento para inúmeras espécies, como as de importância econômica, assegurando a produtividade pesqueira nos estuários e regiões costeiras adjacentes. Possui uma comunidade vegetal, que é esclusiva de manguezal, incluindo, plantas lenhosas, herbáceas, epífitas, hemiparasitas etc. Seus representantes sobrevivem na zona entremarés pois desenvolveram adaptações que permitiram tolerar as adversidades do substrato do mangue (alta concentração de sais, baixa concentração de oxigênio e inundações periódicas). As árvores, são importantes representantes desse ambiente. O corte ilegal de madeiras da vegetação típica do mangue, os aterros da zona estuarina para construção de casas e até mesmo para o avanço da agropecuária, a intensa mariscagem e pisoteio de embriões e plântulas, derramamento de óleo, poluição por resíduos industriais, orgânicos e inorgânicos, são fatores que determinam a redução de áreas estuarinas. O Brasil possui ca. de 10.000 a 25.000 km2 de manguezais, enquanto que no mundo inteiro existem 162.000 km2 desse ecossistema. A Bahia possui um litoral de 1.188 km, com muitos estuários, com com formação de vegetação de mangue. Apresenta uma área marítima de 1.100km2. Sendo que, algumas áreas encontram-se devastadas mas, ainda possui uma grande diversidade de moluscos, crustáceos, os quais têm ima importância fundamental para o ecossistema de mangue, assim como, para a sobrevivência da população que vive da pesca e da mariscagem. Este ecossistema, apesar de sua constante degradação é protegido por Lei Federal pertencente ao Código Florestal Brasileiro no artigo 2, de número 4.771 do ano de 1965, o qual prevê a preservação permanente para toda a área de mangue, protegendo a fauna e flora deste ambiente, garantida pela Resolução do CONAMA nº 004 de 1985, definido no artigo 2 e classificado como Reserva Ecológica em toda sua extensão pelo artigo 3

 

 


Venha Conhecer Camamu!

Histórico

A história de Camamu está intimamente ligada a do próprio país. Foram os Jesuítas que introduziram a cana-de-açúcar, cacau e canela, de forma pioneira em toda a Capitania de São Jorge do Ilheús, a qual pertencia. Dizem os historiadores que a cidade enfrentou tentativas de invasão, as quais foram rechaçadas pelos moradores, Jesuítas e com a ajuda dos índios da tribo Macamumus.
O Povoamento teve origem em 1560, numa aldeia de índios Tupiniquins, sendo transferida posteriormente mais para o sul, fixando-se em local denominado de Passagem do Macamamu, que logo foi elevada à categoria de freguesia.

Formação Administrativa

Distrito criado com a denominação de Camamu, em 1560.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Vila de Nossa Senhora da Assunção de Camamú Camamu, por Carta Régia de 22-05-1623.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Camamu, pelo Ato de 22-06-1891

Significado do Nome

Porto de embarcação para Barra Grande e Baía de Camamu, a cidade de Camamu, às margens do Rio Acarai, se abre em meio a um vasto manguezal. Inicialmente habitada pelos índios Macamamus, a sua origem remonta a 1560, quando jesuítas ergueram a capela de Nossa Senhora da Assunção de Macamamu – daí o nome da localidade.

Gentílico:

camamuense

População:

35.160 habitantes

Clima:

Tropical-úmido

COMO CHEGAR:

Seguir pela BR-324 e antes de chegar a Feira de Santana, pegar a BR-101 em direção ao sul, até o entroncamento para Valença. Neste ponto, pegar a BA-001, também no sentido sul, e seguir direto até a localidade.
Outra opção é atravessar a Baía de Todos os Santos pelo sistema ferry-boat (71) 3254-1020 (Salvador -Bom Despacho). Desembarcar na Ilha de Itaparica e seguir pela BA-001, passando por Nazaré, Valença, Taperoá, Nilo Peçanha, Ituberá e Igrapiúna até chegar em Camamu.

Localização:

Sul Baiano

Limites:

Maraú, Igrapiúna, Ituberá, Ibirapitanga, Ubaitaba, Gandú.

Acesso Rodoviário:

BR-324 e BR-101

Distância da capital:

329 km

TURISMO:

Para desfrutar da natureza por completo, vale a pena passeios de barco ao longo desta que é a terceira maior baía do Brasil (a Baía de Camamu) e conhecer a sua infinitude de ilhas entocadas em meio a mata preservada, e os pequenos povoados que mantém viva a cultura tradicional. Outra boa opção é seguir também rumo às praias paradisíacas, cachoeiras, ilhotas e mangues de Barra Grande.


Principais Pontos Turísticos:

* Praia da Ilha de Quiepe
* Praia da Ilha Grande
* Pedra Furada
* Cachoeira
 das 7 pancadas
* Cascata do Acaraí

Pratos típicos da região sempre regada a frutos do mar:


- Camarão;
- Lagosta;
- Pitú;
- Peixes de água doce ou salgada;
- Tradicional caranguejo e guaiamu (comuns na região);
- Além de mariscos e siris